quinta-feira, 25 de março de 2010

Tricotando no café

Desterro, 24 de março de 2010





Há muito tempo as Filhas de Maria não tinham um encontro.
Para ter uma idéia, o último foi no inverno passado.
Já é quase inverno de novo e não tivemos tempo de colocar a fofoca em dia.
Nasceu até o neto de Le Malta e nós assim afastadas.
Hoje aconteceu mais um dos nossos deliciosos cafés da tarde com quórum reduzido, é bem verdade.
A moçada anda muito ocupada.
O papo rolou solto e recheado de muitas novidades e fofoquinhas triviais da cidade e nossas próprias.
Depois das notícias e assuntos relevantes, passamos ao quesito "vamos rir" que é o mais apreciado sempre.
Dois causos relatados têm que constar da ata.

Amiga de alguém da mesa (que ela não lembrou quem) anunciou à filha que haveria aqui um show do César Camargo Mariano.
A moça imediatamente convocou a turma que, na mesma hora, mandou alguém providenciar os ingressos.
Com os ditos em mãos a filha pergunta à mãe:
- de quem é o show mesmo?
- do César Camargo Mariano, oras!
- mããããããããe....é César Menotti e Fabiano!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Gargalhadas e identificação imediata.

Outra também contou o ocorrido com uma amiga.
Marido implicando com o namorado da filha eternamente, dizendo que o moço não era nem de cumprimentar com as formalidades necessárias de apertos de mão nem nada.
Depois de muito aporrinhar e três doses a mais, estufou o peito e veio em direção à vítima já de braço esticado e mão espalmada para o cumprimento da formalidade exigida, ao mesmo tempo em que bombardeava o ambiente com uma saraivada de puns em sequência, tal uma metralhadora desenfreada.
Mãe e filha engoliram a gargalhada e o pretendente o último resquício de dignidade.

Passamos a tarde numa gargalhada só.
Nem carece terapia.
Fala a verdade!

terça-feira, 23 de março de 2010

Viva Floripa

Desterro, 23 de março de 2010


...”a minha terra tem
Uma praia que namora o mar”... (Luiz Henrique Rosa – Itaguaçu)


Minha cidade faz hoje 284 anos.
Sou eternamente encantada por sua beleza e pela maneira de ser dos que aqui nasceram na simplicidade de ver e viver a vida à beira-mar.
Esta Ilha é para ser saboreada com calma e prazer.
Conhecer e participar de sua vida cultural singular, acompanhando um boi de mamão nos verões preguiçosos, renovar, a cada ano, pedidos e agradecimentos ao Senhor dos Passos no fim da quaresma, freqüentar as barraquinhas dos festejos do Divino, comer com gosto uma tainha ovada na chegada do frio, ir à Lagoa da Conceição e perder o fôlego no mirante, ver as rendeiras trançando os bilros nas almofadas de rendas, visitar Santo Antônio de Lisboa, seu casario e artesanato, ir à Freguesia do Ribeirão da Ilha, freqüentar as ruas do centro e dar uma passadinha no Mercado para um chope e um pastel de camarão no Box 32 e saber as últimas novidades... não tem preço.
Minha cidade não é o glamour de um Jurerê Internacional ou um Costão do Santinho, “criados” para ricos e famosos. Esses não têm noção de onde estão. Apenas trouxeram seus usos e costumes, grifes e pompas, instalados em mansões e resorts que passam longe da arquitetura típica local.
É, na essência, o bom humor, a alegria espontânea, a hospitalidade simples e natural do “manezinho” que faz questão de ser feliz.
Simples assim.






Boi de mamão

Mercado Público


Praia da Joaquina


"Um pedacinho de terra, perdido no mar.." (Zininho - Rancho de Amor à Ilha)

quarta-feira, 17 de março de 2010

Elis

Desterro, 17 de março de 2010



Depois dela, niguém.
Hoje Elis faria 65 anos.
Foi embora cedo pois não ia aguentar a barra pesada deste mundo.
Tá "punk" demais!
Saudade.
Do Brasil.

terça-feira, 16 de março de 2010

Garapuvus e Quaresmeiras

Desterro, 16 de março de 2010






Gosto desse tempo. Meia estação.
Assim suave. Meio termo... nem quente, nem frio.
Sem a sensação do calor desértico dos quarenta graus, nem a do frio que dói na alma, dá até para ser feliz.
Bom para dormir sem estar num forno ou numa geladeira.
Tempo do céu mais azul, da brisa amena ao cair da tarde e ficar admirando a paisagem.
Época de acompanhar contrita a procissão do Senhor dos Passos que estamos na quaresma.
Vejo daqui o morro ainda verde salpicado do roxo intenso das quaresmeiras e do amarelo ouro dos garapuvus, escandalosamente floridos nesta época do ano.
Está lindo.
Ou estará minha alma mais feliz?

terça-feira, 9 de março de 2010

Dia de Princesa



Desterro, 9 de março de 2010


Pois então...
Estava eu posta em desassossego, mergulhada no caos da rotina estafante e sem-graça dos últimos tempos quando, finalmente, surgiu a luz.
Mandei aquele povo que cuidava de minha mãe às favas e consegui uma santa criatura que viesse tomar o meu lugar na casa, que, definitivamente, não nasci para isso.
Não precisei fazer nada. NADA!
A moça assumiu com desenvoltura minhas panelas, trapos e farrapos de cama mesa e banho, revirou a casa inteira e organizou a minha vida.
Em um único dia senti uma felicidade tão grande, fiquei com a alma tão leve, que cheguei à conclusão que sou um zero à esquerda nas lides do lar.
Que maravilha ter tempo para ir ao comércio comprar botões, por exemplo... A-DO-RO!
Nunca fui “gato” doméstico e muito menos aprecio a arte culinária. Eu já não gosto nem de comer, imagine de fazer...
Agora, sinto-me “gente” de novo.
Tenho o maior apreço e inveja mesmo de quem gosta, curte, faz com boa vontade tudo isso que eu, simplesmente, odeio.
Questão de gosto e preferência.
Já contei aqui algumas desgraças protagonizadas por mim na área doméstica. É assim mesmo.
Quero fazer minhas artes, sair, mesmo sem rumo, saber que posso ir ali à vontade sem ter um cronômetro regulando o tempo disponível.
Meu dia de princesa não teve valsa, nem príncipe, nem festa.
Teve apenas a volta da minha vida mais livre, leve e solta.
E era tudo o que eu queria!

Mulheres Maravilhosas


Desterro, 08 de março de 2010


Publico aqui, poema nascido do coração de uma grande mulher.

Nas palavras de Maat - nossa poeta Soninha - a homenagem a todas nós.




Mulheres Maravilhosas - Sônia Jannuzzi


Feliz dia das mulheres

que de amor tudo entendem

sempre transformam em floresas

dores que as acometem


Mulheres não são frágeis

como querem acreditar

somos fortes, somos ágeis

conjugamos o verbo amar


E se do controle nos foge

qualquer que seja a situação

usamos o laço do coração


Sempre a mulher tudo pode

basta querer e acreditar

que o Mundo é nosso Altar!