domingo, 23 de março de 2008

Floripa - Feliz Cidade

Praia de Moçambique




"ILHA
FELIZ É O MAR QUE TE ABRAÇA
QUE TE ENVOLVE DE AZUL
NAS PRAIAS VEM TE BEIJAR
FELIZ É O SOL QUE REALÇA
TUA BELEZA SUTIL
NO ROMPER DA MANHÃ
ILHA, O POETA TE QUER
COM CIÚMES DE QUEM
GUARDA O AMOR DA MULHER
ILHA, MINHA FONTE DE LUZ
DO SOTAQUE "MANÉ"
NA PRAÇA QUINZE A FIGUEIRA
TUA ALMA TRADUZ
FELIZ O LUAR SE PROJETA

REFLETE EM TELAS
QUE NEM A LAGOA DA CONCEIÇÃO
FELIZ É QUEM VIVE ESTE SONHO
QUEM TUA FONTE BEBEU
NÃO ESQUECE JAMAIS."(Jorge Coelho)


“Moro onde você passa férias”. Um dos slogans inventados por aqui, pura constatação da realidade. Até porque, para muitos, estas férias transformam-se em eternidade.
Fora daqui fiquei muito impressionada com a imensa vontade de quem, ao saber-me florianopolitana, dizer que Floripa era o seu (deles) sonho de consumo.
Não faço nenhum estudo sociológico apontando os problemas que vieram junto com as milhares de pessoas que resolveram ancorar a vida a beira mar. Disso, que tratem as autoridades.
Gosto de falar da minha Ilha. Aquela, de quando muito criança fazia uma viagem para chegar a Canasvieiras. E a faixa de areia era enorme. Hoje não passa de um “risquinho” em alguns pontos. E por lá, só um hotel que não passava de uma casa grande cheia de quartos, mais meia dúzia de casas ali por perto.
Entre elas a de Le Beck. Nossa... como era bom. A praia no quintal de casa.
Hoje, com todo o progresso, já é um condomínio grande e lindo. Só não tem mais o cheiro da natureza daquela vegetação nativa da praia. Se já não tem nem praia, imagine se sobrou a vegetação...


Hoje o lindo condomínio de Le Beck onde ontem era só o quintal da casa na beira do mar

Na adolescência o programa era pescar siri, à noite, no “banhado” de Jurerê.
Hoje freqüentador do noticiário do horário nobre, por motivos nem tão nobres assim.
Eu sei que o progresso é inexorável.
Mas, carece ser tão devastador?
Esta é uma cidade para se usufruir.
Das suas belezas, dos seus contornos, da sua culinária deliciosa e de seus maneirismos naturais.
Com calma, com prazer e com sabor.
Tem gente que “torce o nariz” para os cantares e sotaques dos manezinhos de raiz.
Acho uma bobagem. O jeito, a entonação, o timbre e a alegria conquistam ouvidos menos blasés.
Talvez aos visitantes um conselho: “Em Roma, como os romanos”. Quem sabe assim, muitos não achariam tantos defeitos.
Engarrafamenos monumentais e multidões por todo lado não acontece o ano inteiro.
Isso é apenas a má distribuição de agenda, onde todos querem vir para o mesmo lugar ao mesmo tempo. Sinto muito, não cabe.
Já penso numa solução viável para a enorme desordem instalada por aqui no verão.
E se adotássemos um esquema de senhas ou algo semelhante?
A limitação de visitantes como acontece em Fernando de Noronha e na Ilha do Mel?
Queridos turistas venham sim. Mas, levem daqui as boas lembranças, as fotos e o desejo de voltar.
Ah, não esqueçam o lixo produzido também.
Não é por nada, mas a natureza agradece e as praias ficarão cada vez mais limpas e livres de nossa poluição familiar.
Nossa Ilha é tão linda, tão alegre e, infelizmente, anda tão maltratada nos últimos tempos.
Ela é para ser tratada com carinho e atenção, não de qualquer jeito e sem consideração.
Suas três pontes, 42 paias, duas lagoas, seus morros e trilhas oferecem um banquete aos sentidos de quem vive com gosto.

Dizem que esta não é uma cidade para se trabalhar. É para usufruir.
E para fazer isto, é necessária uma tomada de consciência urgente.
Inchou, cresceu, avolumou desordenadamente.
Aí tudo fica difícil e complicado e o povo não quer nem saber.
Acho que o problema está na superlotação. Fica ruim pra todo mundo porque simplesmente não cabe.
De que adianta a Lagoa da Conceição ter a beleza de uma pintura se as pessoas vão chegando e construindo em qualquer lugar, sem a permissão de ninguém e jogando cocô na água? Claro que vai feder pra todo mundo.
E esse tipo de coisa vai se multiplicando.
Ah, é verdade. Eu avisei que não ia falar dos problemas...
Tenho orgulho sim do lugar que nasci e vivo até hoje. E, confesso, com certa pena de tantos avanços em nome do progresso.
Sinto saudade dos verões simples e sem ostentação, onde o importante era só desfrutar da natureza exuberante à nossa volta.
Precisava de nenhum luxo não.
De qualquer forma nunca deixo de me encantar com a beleza e os mistérios do mar.
Já não consigo viver longe dele. Saber que não está ali, ao alcance dos olhos e da emoção me causa um certo “abafamento”. E eu quero voltar logo para perto dele.
Então, hoje, cá estou, rendendo homenagens e mais uma vez, declarando o meu imenso amor pela minha feliz cidade no dia que completa 282 anos de pura beleza.

2 comentários:

Unknown disse...

Ah,que saudade grande dessa ilha encantada e cheia de magia que logo no primeiro momento nos faz prisioneiros pelo coração. É amor à primeira vista! Quantas lembranças maravilhosas! Parabéns Floripa pelos seus 282 anos! Parabéns Sil!
Muitos beijos.

Unknown disse...

Ilha da Magia,nome muito bem colocado,jamais qualquer lugar do país vai tirar esse título.
Floripa é um lugar mágico,nem precisa dar voltas na mangueira da praça,a vontade de voltar lá é imensa,é amor a primeira vista mesmo.
Floripa vc é maravilhosa!!!!!
Parabéns pelo aniversário e parabéns a todos que tem a felicidade de desfrutar desse paraíso.
Parabéns Sil,vc que é uma pessoa que gosto muito e é nativa dessa Ilha mágica.
Feliz domingo.
Beijocas